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Pandemia: como lidar com o luto na clínica?

A pandemia da COVID-19 tem afetado todos os brasileiros de alguma forma, porém milhares de famílias sofrem também com a perda de alguém querido por conta da doença. Por isso, o luto acaba sendo um tema cada vez mais frequente nas clínicas de psicoterapia. Mas como lidar com o luto na clínica?

Manejar um paciente em luto nem sempre é fácil. No entanto, considerando o aumento dessa demanda, é importante que o psicólogo clínico saiba como tratar essa situação. O luto pode ser um processo muito desgastante para o paciente, por isso o profissional da psicologia também deve saber como reconhecer as fases do luto, e como ajudar seus pacientes em cada uma delas.

Se você quer saber mais sobre esse tema e como abordá-lo com diferentes públicos, confira nossas dicas a seguir.

As fases do luto

A COVID-19 já soma mais de 400 mil pacientes mortos pela doença, e isso somente no Brasil. O mundo nunca enfrentou uma situação como essa, e as pessoas ainda precisam lidar com o distanciamento social e o medo da doença, além do luto por pessoas queridas que faleceram. Dessa maneira, muitos pacientes ajuda profissional para lidar com a perda. Quando perdemos alguém que amamos, podemos sofrer muitas sensações diferentes.

Em geral, pacientes de luto podem sentir raiva, medo, desespero, tristeza profunda e até ter sintomas físicos como insônia, taquicardia, falta de ar, mudanças de comportamentos alimentares e de peso e até crises de pânico. Todos esses esses sentimentos são conhecidos e divididos como as 5 fases do luto, que são elas:

  • Negação
  • Raiva
  • Barganha
  • Depressão
  • Aceitação

Na primeira frase, a da negação, a pessoa de luto não aceita a morte, se isola e pode ficar em estado de choque. Já na fase da raiva, aparecem os sentimentos de revolta com a situação. Explosões de humor são comuns nesse período. Na fase da barganha, a pessoa enlutada pode, por exemplo, começar a negociar com entidades divinas, se for religiosa, ou consigo mesmo para tentar superar a dor. Frases como “se eu tivesse feito isso”, ou “se eu tivesse falado aquilo”, são pensamos comuns do paciente nessa fase. A sensação de culpa também se torna comum nesse momento.

A fase da depressão pode ser uma das mais perigosas, pois é aqui que muitos pacientes entram em um ciclo depressivo que pode se tornar crônico. Se o psicólogo identificar como necessário, pode recomendar que o paciente também converse com um psiquiatra nessa fase. Por último, a fase da aceitação encerra o ciclo do luto. Entretanto, o fato de o paciente começar a aceitar a perda alguém próximo não significa que o tratamento deve acabar.

Luto na clínica: atenção, pois nem todos os pacientes são iguais

Pessoas que perderam alguém que amavam devem receber acompanhamento contínuo, mesmo após a fase da aceitação. Isso porque, mesmo tendo passado por todas as etapas do luto, o paciente pode ter recaídas e voltar a ter sentimentos das fases anteriores, de forma pontual. Por isso, é fundamental que o psicólogo que atende alguém que vive o luto saiba identificar os sinais de cada fase.

Além disso, o psicólogo deve sempre ter em mente que nem todas as pessoas passam por todas as fases do luto. Em cada paciente, essas fases se manifestam de formas muito diferentes e particulares. O tempo de resposta ao tratamento também varia muito, e nem sempre a passagem de uma fase para a próxima é algo rápido ou contínuo. Assim, o profissional deve sempre pensar no tratamento de cada pessoa de forma individual e levando em consideração exatamente aquilo que aquele paciente está sofrendo.

Como o psicólogo deve agir diante do aumento de pacientes em luto na clínica?

O alto número de mortes por COVID-19 fez com que muitas pessoas começassem a buscar ajuda psicológica. Mas como o psicólogo deve agir diante de um aumento desse tipo de caso entre seus pacientes? Para o psicólogo, também não é algo simples lidar com a dor e com as emoções de vários pacientes em luto ao mesmo tempo. Por isso, é importante que o psicólogo saiba cuidar da própria saúde mental nesse período e controlar seu volume de trabalho.

Além disso, nem sempre são somente adultos que buscam tratamento na psicoterapia por conta da morte de alguém durante a pandemia. Jovens e crianças também estão sofrendo com a morte de pais, avós e outros parentes. Dessa forma, o psicólogo precisa também entender como conversar com esse público de maneira adequada com cada faixa etária sobre o luto na clínica. A atuação da família e dos responsáveis é fundamental nesse momento, para ajudar a criança ou jovem a superar o luto.

Pensando em ajudar os psicólogos que querem aprender mais sobre como lidar com psicologia infantil e também a se relacionar com os pais desses pacientes, trazemos o curso Manejo clínico com os pais no atendimento infantil. Conhece algum profissional da psicologia que também está lidando com o luto na clínica? Não deixe de compartilhar esse texto e essas dicas com ele! Juntos, venceremos essa fase difícil e traremos mais acolhimento a todos os pacientes que precisam de apoio.

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