O psicólogo ou estudante de psicologia, independentemente da área de atuação escolhida, é confrontado com a seguinte pergunta: como escolher a abordagem psicológica? Essa escolha é de extrema importância tanto para iniciantes quanto para psicólogos já estabelecidos que, por alguma razão, não estão satisfeitos atuando com determinada abordagem e desejam mudar.
Escolher uma abordagem psicológica e estar confortável com ela nem sempre é uma tarefa fácil e isso pode trazer diversas dúvidas e frustrações. Nós da Psicologus preparamos algumas dicas para ajudar com essa decisão. Confira:
Estude e capacite-se
Existem várias vertentes de trabalho na psicologia e, durante a graduação, os estudantes têm contato com as principais abordagens de forma resumida, como a psicanálise, a Gestalt-terapia, cognitivo comportamental, o humanismo e outras que variam de faculdade para faculdade.
Mas, no meio de tantas possibilidades, é difícil afirmar que conhecemos as diferentes abordagens psicológicas a fundo. Atualmente, as pesquisas revolucionam os conceitos a cada momento e, diante de tantas novidades e possibilidades, é impossível que uma pessoa domine todo o conhecimento de um campo de estudos, por mais determinada e antenada que seja.
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Por esse e outros motivos, a graduação em psicologia já não é um diferencial, muito menos o ápice da trajetória acadêmica do profissional. Hoje, ela pode ser considerada um ponto de partida e a capacitação deve ser algo constante na vida do psicólogo, que pode ser o diferencial para escolher ou se aprofundar em uma abordagem clínica.
Muitas vezes, se você não encontrou aquilo com o que se identifica, talvez ainda não conheça ou não tenha se aprofundado o suficiente. Invista sempre em conhecimento! Não deixe de conferir o catálogo de cursos da Psicologus, que podem ser aquele diferencial para ajudar a escolher uma nova abordagem.
Procure vivências práticas
Especialmente durante a faculdade, fica difícil visualizar todos esses conceitos na prática. Uma boa dica na hora de escolher a abordagem psicológica é buscar estágios nas áreas que você gostaria de trabalhar e com profissionais das linhas de trabalho com as quais você se identifica. Essa é uma etapa importante que pode te dar uma prévia de como será o seu dia a dia, como serão os pacientes e auxiliar a tomar a melhor decisão.
Além de estagiar, uma boa forma de visualizar na prática como as abordagens funcionam e também de conseguir ajuda para escolher mais tranquilamente é a de fazer terapia durante esse processo. Estar na posição não somente de psicólogo, mas também de paciente, pode ser uma forma de encarar de maneira mais sadia e assertiva suas opções, com a orientação adequada.
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Busque autoconhecimento e identificação
As abordagens da psicologia são mais do que uma maneira de trabalhar: elas representam uma determinada forma de entender a mente humana e de se relacionar com o mundo. Por esta razão, se você escolhe uma abordagem mas não concorda com a forma como ela entende o homem e sua mente, com o tempo, essa escolha será frustrante.
Um bom grau de autoconhecimento pode reduzir as chances de uma escolha equivocada, em qualquer área de nossas vidas. Nesse caso, saber qual abordagem está escolhendo e o porquê dessa escolha pode evitar optar por algo somente por estar “na moda” ou por acreditar que isso poderá trazer mais retorno financeiro.
Ao conhecer profundamente seus gostos, interesses e sua visão de mundo, fica mais fácil encontrar a abordagem que melhor se enquadra dentro daquilo que você pensa e acredita. Um carreira duradoura e frutífera tem como base aquilo que acreditamos verdadeiramente e isso é o que traz excelência e reconhecimento.
Conheça mais e julgue menos
É muito comum que, especialmente no caso de profissionais com mais experiência, sejam criados pré-conceitos sobre alguma abordagem, sem nem ao menos conhecer como ela funciona ou a forma de trabalho.
Para criticar algo com propriedade, é preciso conhecer. Leia, questione, busque alternativas. Lembre-se que, da mesma forma que os grandes teóricos e estudiosos da psicologia tiveram que conhecer profundamente as outras teorias para rejeitá-las e propor coisas novas, você também deve conhecer as abordagens para fazer a melhor escolha possível.
Tentar compreender até mesmo as abordagens com as quais você não se identifica é um exercício, não somente para escolher sua linha de trabalho, mas também de autoconhecimento. Você pode se surpreender!
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Não classifique as abordagens em certa ou errada
É muito comum associarmos determinada abordagem com um perfil psicológico específico para o qual ela seria correta. No entanto, a psicologia é uma ciência e, como qualquer outra, não existe uma verdade absoluta, sendo papel dos profissionais e pesquisadores testar teorias e verificar se elas são ou não adequadas. A psicologia está em constante transformação e o que é bom para uma coisa pode não ser para outra.
Nenhuma teoria consegue explicar 100% de determinado assunto ou fenômeno. Assim, ao invés de procurar uma abordagem que você acha correta, novamente reforçamos que o ideal é buscar as melhores e mais atuais abordagens sobre um determinado assunto que te interesse e que esteja alinhado com sua visão de mundo.
Não tenha medo de mudar
Estamos em constante transição e, muitas vezes, algo que foi adequado por um tempo pode não mais corresponder às nossas expectativas. No caso da abordagem psicológica, como já foi colocado, esta deve estar alinhada com nossas crenças e com aquilo que entendemos a respeito do mundo e da mente. Se nossas opiniões mudam, a forma de trabalhar, agir e pensar também muda.
Embora as tendências de mercado sejam importantes para guiar a carreira, buscar pacientes e atingir pessoas, e talvez você já tenha clientes na abordagem escolhida, é fundamental não se prender a esses fatores. A melhor abordagem psicológica é aquela que faz você se sentir realizado, contemplado e confiante de que está fazendo um bom trabalho. Afinal, tudo que fazemos com interesse genuíno produz melhores resultados e nossos interesses podem variar inúmeras vezes ao longo da vida.
No entanto, é importante frisar que uma coisa e mudar de abordagem e outra coisa é misturar abordagens diferentes. O profissional deve focar em uma abordagem por vez e tomar cuidado para não usar apenas o que achar pertinente de cada uma, pois isso pode prejudicar o processo terapêutico.
Tente coisas novas, independente do ponto no qual sua carreira se encontra. Nunca é tarde para mudar, aprender e buscar satisfação!
Escolher uma abordagem psicológica pode parecer um desafio, mas com algumas reflexões isso pode ficar mais fácil. No fim, você está trabalhando com a mente e os sentimentos das pessoas e, para ter sucesso, independente da abordagem escolhida, a chave é ter empatia e ajudar da melhor forma possível. Esperamos que essas dicas possam ajudar a clarear o caminho e a buscar satisfação pessoal e profissional. Até a próxima!
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